segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Oficina do brinquedo

MADE IN PEQUENADA

Muitas são as teorias e filosofias em torno do correto desenvolvimento das crianças.

Dão-se ênfase aos jogos lúdicos,canções, brincadeiras, livros...


Estou sempre a ouvir que isto desenvolve aquilo na criança.
 Fazer este jogo, apanhar coisas pequenas, dar saltos desta forma especifica ou daquela desenvolve a capacidade motora. Oiço falar da motricidade fina e grossa, síndrome disto e daquilo.

 Enfim, uma panóplia de estímulos para talvez tornar as crianças… mais iguais? Todas desenvolvidas?

Não percebo o porquê de tanto estimulo e ansiedade.

Quando existe realmente um problema, mais cedo ou mais tarde ele é descoberto e encaminhado para as devidas competências. Talvez queiram agir o mais precocemente possível para não afetar muito a criança no futuro. E o presente?

Por vezes não há atraso nenhum. Os seres humanos não desenvolvem todos ao mesmo ritmo, simplesmente.

A minha mãe não se preocupou em dar-me jogos que desenvolvessem as minhas aptidões.

 Andava à solta pela quinta, entre patos, gansos, perus, galinhas, porcos e cabras, sempre acompanhada pelo meu  grande cão, que por sinal, até fazia um dueto comigo quando cantava a canção da Abelha Maia, tais eram os meus agudos no refrão!
 Não, não era no campo, era numa quinta no meio da cidade, bem perto da capital.Trabalhávamos como caseiros.
Eu tinha uma só boneca, por sinal roída pelo meu cão, e não tinha medo da noite.

A quinta, os animais, as árvores, o lago e a escadaria para a mansão dos patrões eram os meus brinquedos.
Os meus quatro irmãos eram muito mais velhos do que eu e iam saindo um a um de casa. Só a minha irmã antes de mim brincava comigo, daquelas brincadeiras espertas que nos levam a ser manipulados à descarada. Mas que nos fazem sorrir até hoje.

As minhas brincadeiras eram directamente no quotidiano, com a realidade e a fantasia de mãos dadas.
 Não estive em nenhum infantário até aos 6 anos e não tive dificuldades de relacionamento por isso.

Deixaram-me crescer calmamente, senti que se tenho aptidões foram descobertas e desenvolvidas por mim.

Não sou contra os infatários nem contra as mães que trabalham fora por vontade própria ou não. Eu e o meu marido optámos por um de nós passar o máximo de tempo com eles. Ter mais tempo, estar mais disponivel para a família, e como gosto de ter esse privilégio!

 Hoje, com os meus dois meninos tento dar-lhes espaço de manobra mas ao mesmo tempo orientação, porque agora a vida não é assim  tão simples e existem muitos estímulos, demasiados a meu ver e cabe a nós, pais, fazer a selecção.

 Estiveram em casa comigo até entrarem na pré escola pública.

Enquanto isso eu fazia trabalhos para vender e acompanhava o meu marido no seu trabalho, sempre com as crianças atrás. Assim, eles além de se beneficiarem por passar tempo com os pais, aprenderam o respeito pelo trabalho e pelos outros, e que afinal o mundo não gira só em torno deles e com coisas para eles.

Vivemos numa era de tecnologias, é um facto, e temos de nos adaptar a essa realidade, no entanto gosto que brinquem a construir os seus próprios brinquedos, porque isso requer deles paciência, qualidade rara mas essencial.




Aqui estão eles a brincar:


A fabricar o Jogo do espaço. Criado totalmente por eles.





                                                              O Pápa Marcianitos






                                                                  O Pápa bolas




                                  Jogo dos grupos, desenhado por mim e pintado por eles







                                                        Jogo da pedrinha escondida





                                                               Moinhos de papel





                                                          Puzzle em musgami (eva)





                                                                Dominó em musgami





                                                            Jogo da palavra secreta




 Estes têm sido alguns dos trabalhos que temos feito em conjunto. Não começam sempre entusiasmados, mas ao fim de pouco tempo já estão todos contentes.
 Não fico com a casa tão arrumada e silenciosa... ouvem-se elogios e ralhetes, risadas e birras  durante o processo, mas no final das contas vale sempre a pena o tempo que investimos neles.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Capa renovada


 Uma simples capa castanha...pode-se transformar numa peça muito mais interessante.



Faz-se um desenho numa folha de entretela termocolante.
Aplica-se no feltro e passa-se a ferro para aderir.
Recorta-se consoante o desenho.
Retira-se a pelicula de proteção e cola-se no tecido onde queremos o trabalho.
Volta-se a passar a ferro.

Agora é só bordar!






Também se pode fazer um acessório, como este travessão para o cabelo.


Uma forma divertida de andarmos com coisas da nossa "marca".